Multitudes
ponto a ponto
demarcam as estátuas da multidão
cabeças de pregos que os pregões
transferem em oficiais números
as caras de bicho que o metrô arranja em mosaicos
emendando os cabelos
os bigodes como se fossem arames
e não há grão: há sal
pedaço branco sem nome
quadrangular em formato de ruas
uma somente gigante formiga que não dorme
faminta, comendo a vida com garfos
facas de fatiar o pão da existência
e derretê-lo em trabalho bem feito
linha ascendente no gráfico produtor
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