jeudi 28 juin 2012

Crônica do terceiro andar

invertebrada chuva
a insônia em contra-gotas
garganta trincada pelo vinho tinto da angustia
lombras de sonhos de maloqueiro
0:30: relógios impõem preços ao infinito
nas ruas mortas: catalogam borboletas de isopor
homem de preto sobre luz poste mercúrio
dança, dança
como um galináceo
avestruz de cimento armado
chuva
chuva
imagens pântanos urbanóide
eu, frente a televisão
eu, um urso no meio da sua toca
grita para dentro
do auricular cego do seu deus sem nome
sem cor como as paredes de seu prédio
eu durmo como quem
mergulha num poço de alfinetes
nas gotas de chuva varando o crânio

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