samedi 6 août 2011

A MADRUGADA DE 26 DE JULHO

1:00
nem mesmo um aborto de poesia
1:30
rasgo papéis pesados de borrões
1:31
hoje não é madrugada em que amadureça versos
2:00
inútil ler livro, inútil pensar na mulher que se apagou após o desquite, inútil masturbação inútil
3:00
o escuro cansa os olhos, se coagulo na cabeça, acendo a lâmpada
3:01
fico tonto com a luz que fere
3:03
piso numa barata, nos estouramos como se fossemos de plástico, tomo um leite também de plástico, branco como uma barata que vomita
3:15
Arrulhar, gato sobre pombos, pombos sobre telhado, gato sobre gato, ladrar de cães que agouram os gatos, motocicletas e luzes que buzinam, um homem, eu, debaixo da onomatopéia da insônia
3:30
Poesia possível: imagem parda de barata, pombo, gato, cães, homens, carros, grilos de concreto, a fauna insone que anunciam ou mesmo invade o quarto do sonho.  

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