samedi 3 septembre 2011

Latitudes

meus tênis ainda guardam as digitais
de uma criança chinesa
as transversais marcas do solado
deixam suas tatuagens de baixo-relevo
na garganta seca dessas ruas tropicais
olhado de cima, pela íris de um satélite
o ponto preto na estria do mapa
nem imprimem minha foto
nos algarismos do senso demográfico
e a mão do menino chinês
ainda aperta meus cadarços
a sujeira de suas unhas
(as sujidades das latrinas de Xiamen)
entre os nomes em inglês
e essa mão vai arrastada pelo Cais de Santa Rita
eu e meu menino chinês, mãos dadas
pelo mundo globalizado

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